Eu me rendo

Bom dia!!!!!

Hoje vou postar um texto que recebi de uma amiga por e-mail.
Foi escrito pela Danuza Leão e concordo com tudo que ela diz.
Tem dias realmente que é muito difícil ser mulher, mãe, profissional, amante, dona-de-casa e companheira.
Tudo é muito bonitinho nas revistas, na teroria, mas na prática, hã...

Eu me rendo

(Danuza Leão)

Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa acreditar, ainda por cima, se achar culpada por ser burra, incompetente e sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades. Uma das mentiras:
que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe,esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante.
É muito simples: não podemos.
Não podemos; quando você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome, não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante.
Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia sobre a poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o jantar, e ainda por cima está deprimida porque não teve tempo de fazer uma escova?
Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres - e os maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma batatinha cozida aldente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho branco é facílimo defazer - sem esquecer as flores e as velas acesas, claro, e com isso o casamento continuar tendo aquele toque de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos e muitos anos.
Ah, quanta mentira!
Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha. Não à que faz de conta que trabalha, mas à que trabalha mesmo.
No começo, ela até tenta se vestir no capricho, usar sapato de salto e estar sempre maquiada; mas cedo se vão as ilusões.
Entre em qualquer local de trabalho pelas 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltratadas, com o cabelo horrendo, a cara lavada, e sem um pingo do glamour - aquele - das executivas da Madison.
Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade. Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se percebe a guerra já está perdida.
Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes -aqueles que enlouquecem os homens - precisa, fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro.
Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 anti-radicais livres, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista tailandesa e um acupunturista que a relaxe; tempo para fazer musculação, alongamento, comprar uma sandália nova para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa dinheiro.
É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria, retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta que está na bolsa desde demanhã e vai, alegremente, para uma happy hour.
Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há auto-estima feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos.
Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o uniforme termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que um só minuto seja perdido.
Mas tem as outras, com filhos já crescidos. Essas, quando chegam em casa,têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na escola, procurar entender por que elas estão agressivas, por que o rendimento escolar está baixo.
E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver.
Segundo um conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as quais não se pode viver: ar, água e pão.
Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade; impossível, eu diria. Parabéns para quem consegue fingir tudo isso....

sexta-feira, 1 de junho de 2007

7 Comments:

Anônimo said...

Bom dia, lindaaaa!!!!
Bem legal esse texto.
Ainda não sou mãe, mas já sinto algumas dessas dificuldades, riso...é muita coisa pra ser ao mesmo tempo e o maridão achando que tenho que ficar linda e gostosa sempre, afffffff!
Beijos

Simone said...

a Inês de Castro tem um livro que eu amei sobre este tema. Eu, no momento, chego em casa e tento convencer meu filho de 3 anos que não tem problema eu levá-lo ao banheiro. Isso porque a "esperta" da professora disse que ngm pode vê-lo pelado, mas não sei como ela disse isso pq agora eu não posso nem levá-lo banheiro mais. Aliás, boa idéia, vou ligar na escola.

Anônimo said...

Ótimo texto, Edna!
Tb não tenho filhos, mas realmente é muito difícil ter um dia alucinante no trabalho, chegar em casa, ter que desempenhar o papel "do lar", rs e estar tipo modelo de revista para o marido.
Ah, dá licença, né?
Ainda bem que meu marido dá uma força.

Edna Federico said...

Nossa, Simone você está com um problemão nas mãos, porque quando nossos filhos cismam com alguma coisa, aja...ainda mais se foi a professora que disse!
Ela teve boa intenção, também ensino iss ao meu, mas, tem que explicar que a mamãe e o papai, pode, né? riso

Simone said...

pois é, não foi culpa dela. Só que ela não explicou direito e agora luto pra que ele me deixe ajudá-lo. Eu tb falava isso pra ele, da privacidade e tal, mas não sei como ela falou que o convenceu ao extremo.

Anônimo said...

Acho que não damos o devido valor a vcs, mulheres.
Nós nunca conseguiremos realizar tantas tarefas ao mesmo tempo e tão bem, como vcs fazem!

Anônimo said...

Fofs...lendo esse texto ate achei que eu tinha escrito...rs é bem verdade tudo isso

 
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