Poesia: Clarice Lispector



Bom dia!
Pra curtir esse feriado com Sol aqui em São Paulo, fiquemos hoje com uma poesia de Clarice Lispector, escritora judia brasileira, nascida na Ucrânia (naturalizada brasileira) em 10 de Dezembro de 1920 e morreu no Rio de Janeiro em 9 de Dezembro de 1977.
Veio com a família para o Brasil quando tinha apenas 2 meses de idade e começou a escrever logo que aprendeu a ler.

Ela disse em uma entrevista: "Quando eu aprendi a ler e a escrever, eu devorava os livros! Eu pensava que livro é como árvore, é como bicho: coisa que nasce! Não descobria que era um autor! Lá pelas tantas, eu descobri que era um autor! Aí disse: Eu também quero. "

Clarice formou-se em direito em 1943 e nesse mesmo ano casou-se com um diplomata, o que a levou a morar muitos anos fora do Brasil. Foi viver na Europa em plena Segunda Guerra Mundial. Em 1944 escreveu seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem, com o qual ganhou o Prêmio Graça Aranha, em 1945, da Academia Brasileira de Letras.
Foi uma grande mulher, uma grande escritora e uma grande jornalista.
Sua obra encanta até hoje e sempre irá encantar milhões de leitores.

Clarice Lispector

Dá-me a tua mão

Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.

De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.

Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.


imagem: www.vidaslusofonas.pt

quinta-feira, 7 de junho de 2007

4 Comments:

Renato said...

Grande escritora é sempra atual e universal. A universalidade e a atemporalidade a tornam grande.

Anônimo said...

Escritora maravilhosa!!!!

Anônimo said...

Que bonita essa poesia.
Beijokas

Anônimo said...

Pelo que contas Clarice nunca publicou poesias, somente contos e romances.
Pesquisem isso!!

 
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