Poema: Antonio Ramos Rosa





Bom dia, gentemmmmmm...



António Vítor Ramos Rosa nasceu em Faro no dia 17 de Outubro de 1924.
Fez estudos secundários, trabalhando como empregado de escritório, correspondente comercial, professor e tradutor.
Nos anos 50, radica-se em Lisboa, vindo a ser director das revistas literárias Árvore, Cassiopeia e Cadernos do Meio-Dia, tornando-se conhecido como ensaísta e crítico literário.
A partir de 1958, com a publicação do livro Grito Claro, torna-se conhecido como poeta.


São fundamentais na sua obra poética os temas da terra, da água, do fogo e do ar.
Em 1976 recebeu o prémio de tradução da Fondation de Hautvilliers e em 1988 foi-lhe atribuído o Prémio Fernando Pessoa.
Considerado um dos melhores poetas portugueses comtemporâneos, tem recebido inúmeros prêmios e já viu o seu nome apontado como candidato ao Prêmio Nobel da Literatura.
Esse poema faz parte da Antologia A Mão de Água e a Mão de Fogo.


Não posso adiar o amor para outro século
Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio

Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração


Antonio Ramos Rosa, A Mão de Água e a Mão de Fogo

fonte: http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/ramos_rosa/index.html
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/rosa.htm

imagem: sol.sapo.pt

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

8 Comments:

Renato said...

Não conhecia o poeta, mas escolheste um lindo poema dele. Gostei muito!
bjs

Menáge à Trois said...

Que lindo!!! Também não conhecia o poeta, adorei a parte de não posso adiar para o proximo século...
Não sei porque eu sempre me encontro um bocadinho aqui.


Como ninguém

Anônimo said...

Bom dia flor!
Delicia começar o dia assim com poesia.
Bjinhos!

Marcelo said...

O amor é realmente inadiável.
Nossas vidas parecem susopensas quando estamos com o coração vazio.
Parece que falta metade de nós.
E que as cores desbotam...
O amor é essencial.

Belíssimo poema.

Beijos, flor.

Jac C. said...

Sábia decisão, sábio conselho:
deixar de adiar.
Sabe que temos este mau hábito?
Adiar... adiar... adiar o perdão, adiar decisões... adiar.
Chega disso, né?...rs
Bjs.

Bina Goldrajch said...

Obrigada pela visita, Edna!
E obrigada também po me linkar. Vou linkar você também.

Adorei a poesia de Antonio Ramos Rosa, eu não conhecia. Linda, linda!

Abraços!

João Antônio said...

o tempo passa subjetivamente nas questões do sentimento. Mas o amor, não se pode deixar para depois jamais, porque pode ser a única vez que ele pode passar nas avenidas do coração

Bjs

Pensamentos Ocultos said...

Pois é, não devemos adiar o nosso Coração , o amor no fim de contas !

Beijinho !

-.-

 
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