A louca do jantar

Final de semana fui acompanhar filhote e marido que foram cortar o cabelo.
Os dois aderiram ao meu cabelereiro, que é ÓTEMO!
Bem, estávamos lá sentados na sala de espera, vendo TV, tomando água, lendo revista e tal.
Na poltrona ao meu lado tinha uma mulher lendo uma dessas revistas de fofoca, que a gente adora ler quando temos que esperar.
Meu marido ao meu lado, lendo um livro, meu filho brincando no chão com seu brinquedo e eu, folheando também uma revista, mas de rabo de olho vendo que a mulher vira e mexe me olhava.
Comecei a ficar invocada e me sentir desconfortável, até porque ela resmungava sozinha.
O pior de tudo, é que eu estava começando a passar mal com o mau cheiro de suor (fortíssimo) que vinha dela...era uma caatinga danada!
Disfarcei, abri a porta, deixei entrar um ar, tomei uma água...
De repente, a mulher deu de cara na revista com uma receita de carne, dai falou alto:
- Olha só que beleza.
Eu olhei, mas como estava achando-a totalmente estranha e impedida de falar por causa da náusea causada pelo seu suvacão, não respondi.
Meu filho olhou, mas voltou sua atenção ao brinquedo.
Sobrou então pra quem? Pro coitado do meu marido...que levantou os olhos, sem saber quem, de onde, com quem e sobre o quê a mulher falava e sentiu-se obrigado a responder, já que ela o encarava.
-Hã? Ah, é...
Ele tentou voltar ao livro...
- Hoje tá bom pra comer carne, né?
Ele levantou os olhos de novo, com toda calma e educação e deu um sorrisinho sem vontade:
-É.
Absorto totalmente no livro e desligado como é, não tinha percebido o jeito estranho da pessoa em questão.
- Você não gosta de carne?
Ele me olhou, tipo: "o que é isso???????"
Eu dei de ombros, tentando respirar todo o ar que entrava pela porta.
- Gosto.
- Então me convida pra jantar na sua casa?
Dai ele ficou mudo, de boca aberta, sem graça, vermelho e me olhou pedindo socorro!
Se eu conseguisse rir, teria rido.
- Não - ele conseguiu dizer
- Por que não, me convida vai?
- Porque não!
- Hoje não tem carne lá?
- Não!
E voltou sua atenção novamente para o livro, de cara fechada e não mais respondendo aos resmungos da mulher.
Ela levantou, passou perto de mim e eu meti a cabeça pra fora buscando todo o ar que podia.
Começou a andar perto das prateleiras, falando com os cremes.
Dai, pegou sua bolsa e passando ao meu lado, foi embora.

Vocês entenderam alguma coisa disso?
Pois é, nem eu....cada louco que há nesse mundo, affffff!!!!!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007