Bom dia!!!
Para curtir uma linda manhã ensolarada de Sol, fiquemos com uma poesia de José Saramago, romancista, poeta, dramaturgo e autoditada.
Nasceu em 16/11/1922, na aldeia ribataneja de Azinhaga, em Portugal e em 1998 ganhou o prêmio Nobel da Literatura.
Vive atualmente na Ilhas Canárias.
Na ilha por vezes habitada
Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.
(in PROVAVELMENTE ALEGRIA, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1985, 3ª Edição)
imagem: www.avizora.com
3 Comments:
Não conhecia essa de Saramago, bonita.
Miga... adorei!
Eu adoro ler José Saramago.
Beijocas pra você
Eu tb adoro Saramago.
Beijos
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